Os moradores do Bairro da Flamenga voltam queixar-se da música e fogo-de-artifício 'pela noite dentro' e da falta de estacionamento por causa do Rock in Rio Lisboa, considerando que a oferta de bilhetes não resolve o problema.
No rescaldo da primeira noite da 5ªedição do Rock in Rio, encerrada esta madrugada com o heavy metal dos Metallica, os moradores do Bairro da Flamenga (Marvila) passeavam pela hora de almoço entre prédios e vedações, ali colocadas pela PSP para os impedir de chegar às portas do festival.
Eduardo Gouveia, que vive no bairro há 22 anos, contou à Agência Lusa que a neta, ainda criança, não conseguiu dormir durante a noite e que pelas 12h30 estava ainda a descansar. O vizinho Adriano Pistolas diz que o problema não é o barulho da música, mas sim o do fogo-de-artifício «que incomoda muito».
Joaquim Maia, antigo presidente da Associação de Moradores do Bairro da Flamenga, contesta a hora a que termina o fogo-de-artifício que encerra os concertos no Palco Mundo e afirma: «Não se admite que à uma ou duas da manhã ainda se oiça».
«Isto até parece que saiu o Euromilhões aqui ao pessoal. Somos sorteados, ao fim de cinco ou seis horas de música, com fogo-de-artifício», ironiza.
Para Eduardo Gouveia, esta é «uma falta de respeito pelos moradores» do Bairro da Flamenga. «Além do barulho, a organização chega aqui, fecha isto e não fala com ninguém. Fecham-nos com grades como se fossemos… nem tenho palavras», indigna-se.
No entanto, ao antigo presidente da associação de moradores não faltaram comparações: «Isto parece que vai haver aqui uma largada de touros, mas não», afirma, sentado debaixo de uma árvore com outros vizinhos, de frente para a entrada principal do Rock in Rio.
Os moradores criticaram ainda a falta de estacionamento com o festival e o corte de trânsito em algumas ruas, que impossibilita alguns autocarros de subirem ao bairro.
Segundo informação disponibilizada à Lusa pela organização do Rock in Rio, foram disponibilizados 2 mil bilhetes gratuitos - como forma de compensação -, o que, no entanto, não dá resposta às reivindicações dos moradores.
«Dão-nos um ou dois bilhetes, como se dá dois chocolates a duas crianças para adoçar a boca», criticou Eduardo Gouveia.
«Isto não devia ser feito no sítio onde está. Ou então com outras condições. Dar estacionamento, não os bilhetes. O estacionamento é das coisas mais importantes. Quanto ao barulho, podiam colocar-se umas janelas duplas. Não ia resolver totalmente, mas já ajudava», sugeriu Joaquim Maia.
Mais abaixo, no Condomínio Azul, Alexandre Silva, de 29 anos, há três edições que dorme paredes meias com o Rock in Rio, mas não vê problemas no festival: «O barulho é algo muito temporário, não incomoda. O festival faz um pouco de barulho, mas não é significativo. Pelo festival vale a pena. Pela música, pelo convívio, por tudo», rematou.
Perante estas reivindicações, a organização do Rock in Rio disse à Lusa que realizou «obras de melhoramento», para a colocação da tenda electrónica (a última a encerrar) «numa zona o mais isolada possível» e que diariamente são realizados estudos e controle de ruído para minimizar o impacto do festival.
Quanto às vedações indica que «são única e exclusivamente por questões de segurança e podem ser justificadas pela PSP».
Lusa/SOL
No rescaldo da primeira noite da 5ªedição do Rock in Rio, encerrada esta madrugada com o heavy metal dos Metallica, os moradores do Bairro da Flamenga (Marvila) passeavam pela hora de almoço entre prédios e vedações, ali colocadas pela PSP para os impedir de chegar às portas do festival.
Eduardo Gouveia, que vive no bairro há 22 anos, contou à Agência Lusa que a neta, ainda criança, não conseguiu dormir durante a noite e que pelas 12h30 estava ainda a descansar. O vizinho Adriano Pistolas diz que o problema não é o barulho da música, mas sim o do fogo-de-artifício «que incomoda muito».
Joaquim Maia, antigo presidente da Associação de Moradores do Bairro da Flamenga, contesta a hora a que termina o fogo-de-artifício que encerra os concertos no Palco Mundo e afirma: «Não se admite que à uma ou duas da manhã ainda se oiça».
«Isto até parece que saiu o Euromilhões aqui ao pessoal. Somos sorteados, ao fim de cinco ou seis horas de música, com fogo-de-artifício», ironiza.
Para Eduardo Gouveia, esta é «uma falta de respeito pelos moradores» do Bairro da Flamenga. «Além do barulho, a organização chega aqui, fecha isto e não fala com ninguém. Fecham-nos com grades como se fossemos… nem tenho palavras», indigna-se.
No entanto, ao antigo presidente da associação de moradores não faltaram comparações: «Isto parece que vai haver aqui uma largada de touros, mas não», afirma, sentado debaixo de uma árvore com outros vizinhos, de frente para a entrada principal do Rock in Rio.
Os moradores criticaram ainda a falta de estacionamento com o festival e o corte de trânsito em algumas ruas, que impossibilita alguns autocarros de subirem ao bairro.
Segundo informação disponibilizada à Lusa pela organização do Rock in Rio, foram disponibilizados 2 mil bilhetes gratuitos - como forma de compensação -, o que, no entanto, não dá resposta às reivindicações dos moradores.
«Dão-nos um ou dois bilhetes, como se dá dois chocolates a duas crianças para adoçar a boca», criticou Eduardo Gouveia.
«Isto não devia ser feito no sítio onde está. Ou então com outras condições. Dar estacionamento, não os bilhetes. O estacionamento é das coisas mais importantes. Quanto ao barulho, podiam colocar-se umas janelas duplas. Não ia resolver totalmente, mas já ajudava», sugeriu Joaquim Maia.
Mais abaixo, no Condomínio Azul, Alexandre Silva, de 29 anos, há três edições que dorme paredes meias com o Rock in Rio, mas não vê problemas no festival: «O barulho é algo muito temporário, não incomoda. O festival faz um pouco de barulho, mas não é significativo. Pelo festival vale a pena. Pela música, pelo convívio, por tudo», rematou.
Perante estas reivindicações, a organização do Rock in Rio disse à Lusa que realizou «obras de melhoramento», para a colocação da tenda electrónica (a última a encerrar) «numa zona o mais isolada possível» e que diariamente são realizados estudos e controle de ruído para minimizar o impacto do festival.
Quanto às vedações indica que «são única e exclusivamente por questões de segurança e podem ser justificadas pela PSP».
Lusa/SOL
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